Mestre em Psicologia pela Unisc realiza estudo sobre a saúde da população LGBTQIA+

No dia 28 de fevereiro de 2023, o Programa de Pós-Graduação – Mestrado Profissional em Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) teve a primeira defesa da turma de 2021. A mestre em Desenvolvimento Regional e agora mestre em Psicologia, Mariluza Sott Bender (Foto), apresentou o trabalho intitulado Transnarrativas: um olhar cartográfico sobre a saúde da população trans. A estudante realizou a pesquisa e intervenção junto ao Hospital Santa Cruz, com profissionais de saúde, e com usuários do Ambulatório Multiprofissional de Atenção à Saúde da População LGBTQIA+ (Ambitrans) da Unisc.

Segundo Mariluza, a população T, que inclui travestis, transexuais e transgêneros, mostra de forma muito explícita que a relação entre órgão genital, identidade de gênero e desejo sexual/amoroso não tem um único formato possível, e, talvez por isso, dentro da sigla LGBTQIA+ sejam as pessoas mais atacadas e mortas na sociedade. “Além disso, uma das maiores dificuldades das pessoas trans é o acesso à saúde, pois os serviços de saúde reproduzem os preconceitos e estigmatizações que ocorrem na sociedade”.

Nesse sentido, a pesquisa objetivou cartografar as formas como a saúde atravessa a produção de subjetividade da pessoa trans, a partir de uma pesquisa de intervenção. Foram entrevistadas 10 pessoas trans e os resultados da análise foram divididos em cinco categorias: concepções de si e percepções da diferença: identificação enquanto trans; corpos trans e o início do processo de transição; histórias de vida: dissonâncias entre direitos e realidades; o início do processo de transição: profissionais e serviços in(acessados); e produção de subjetividades trans: o que a saúde tem a ver com isso?

Como intervenções foram realizadas rodas de conversa de caráter educativo com 54 profissionais que atuam nos diversos setores do HSC e 13 encontros do grupo de apoio a pessoa trans. Como produtos técnicos, foram elaborados o documentário Transnarrativas como forma de dar visibilidade às histórias e vivências frente ao preconceito e estigmatização que são enfrentados diariamente e o Protocolo de Atendimento às minorias de gênero, voltado a melhorar a humanização do cuidado ofertado a essa população.

Confira o documentário: