Atrasos de cinco meses do governo estadual reduzem atendimento à saúde

No dia 31 de maio completou cinco meses que as 245 Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul não recebem recursos de programas específicos do Governo do Estado. Desde dezembro de 2015 são R$ 36 milhões mensais que não são repassados referentes a serviços prestados pela rede. O montante acumulado de R$ 180 milhões já reduziu a estrutura hospitalar e, consequentemente, prejudica o atendimento aos gaúchos.

Em função disso, a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado divulgou nesta quinta-feira, 09, um apedido que relata a situação de crise das 245 instituições gaúchas com o objetivo de pressionar o governador Ivo Sartori a buscar soluções para o momento. A ação de comunicação foi motivada diante das recusas aos pedidos de audiências feitos pela entidade.

Segundo o comunicado, a maior rede de hospitais do Rio Grande do Sul sofre, como nunca, com a falta de bom senso, priorização e vontade política dos gestores públicos. “O descaso maior não é com essas instituições seculares, é com a vida de milhares de gaúchos que dependem única e exclusivamente do SUS”, cita a nota. “As Santas Casas e os Hospitais Filantrópicos do Estado pedem socorro”.

Uma pesquisa aplicada pela Federação das Santas Casas indicou que, de janeiro a maio deste ano, 35% dos hospitais já demitiram, 71% estão com honorários médicos atrasados, 43% estão com salários atrasados, 26% reduziram o número de internações e 21% diminuíram os atendimentos ambulatoriais. Apesar disso, não há nenhuma indicação por parte do Governo do Estado de quando esses valores serão repassados.

O comunicado da entidade segue dizendo que “a rede de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos gaúchos também está doente, recursos foram brutalmente cortados e serviços que prestamos não estão sendo pagos. Até quando nossa estrutura será reduzida?”. A Federação exige o pagamento do que lhe é devido, que já acumula R$ 180 milhões de dívidas do Governo Estadual até o momento. Ao todo são 17 programas contratados, executados e não pagos.

O corte de R$ 300 milhões em 2015, relativos ao co-financiamento do Estado (IHOSP), já sufocou a rede que agora “já não consegue mais respirar sem a ajuda de aparelhos”. O apedido conclui alertando que “há o suicídio destas organizações imposto pelo Governo do Estado. A saúde do Rio Grande do Sul está na UTI e requer medidas emergenciais do Governo Estadual!”.

Para o Hospital Santa Cruz, estes atrasos representam um total aproximado de R$ 1,7 milhão, ocasionando o atraso no pagamento, principalmente, a fornecedores e prestadores de serviços.