HSC celebra Dia Mundial da Prematuridade e Novembro Roxo

Em 17 de novembro é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade. Por esse motivo, o Novembro Roxo é caracterizado como o mês dedicado a ações de conscientização sobre a importância de prevenir o parto prematuro, desenvolvendo novas estratégias para diminuir a taxa de prematuridade e promover uma gestação segura para a mãe e o bebê.

No Brasil, a taxa de prematuridade é de 11,5%, quase duas vezes superior à observada nos países europeus. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prematuridade, nascimento antes de 37 semanas de gestação, é a primeira causa de mortalidade infantil em todo o mundo. O Brasil ocupa a 10ª posição entre os países onde nascem crianças prematuras, contabilizando aproximadamente 340 mil nascidos prematuros anualmente.

As principais causas de prematuridade são infecção materna, hipertensão, prematuridade anterior, patologias do útero, malformações fetais, gestação gemelar, entre outras. Algumas são causas preveníveis, evitáveis, e algumas patologias fetais podem ser tratáveis intra-útero.

No Hospital Santa Cruz, o Novembro Roxo de 2020 será marcado pela adesão ao uso de camisetas roxas pela equipe multiprofissional da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e da Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), com o slogan do Dia Mundial da Prematuridade. Em virtude de adequações feitas devido à pandemia de Covid-19, este ano não serão feitas palestras de capacitação.

A equipe optou também pela incorporação de máscaras roxas durante o mês de novembro, além de decoração nos ambientes. Como um gesto simbólico, os funcionários da UTI e da UCI fizeram uma vaquinha para aquisição de balões personalizados com o nome de cada pequeno valente, que acompanham os pacientes durante a internação e na alta serão levados para casa pelas famílias como um significado de dias de lutas e vitória.

O HSC é um Centro de Referência no atendimento materno-infantil de gestantes de alto risco na região do Vale do Rio Pardo e recebe recém-nascidos de outros municípios do Rio Grande do Sul por meio da Central de Leitos do Estado. Dispõe de 10 leitos de UTI Neonatal, 10 leitos na UCI e uma Unidade Canguru, com cinco leitos mãe-bebê, com uma equipe de médicos neonatologistas, obstetras, enfermeiros, técnicos de enfermagem e pediatras com treinamento na assistência ao recém-nascido prematuro.

“Contamos também com o apoio dos serviços de copa/lactário e higienização”, explica a médica pediatra Fabiane Rosa de Souza. Segundo ela, a equipe atuante é multidisciplinar, composta por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e assistente social. “Prioriza-se o atendimento humanizado, com protocolos assistenciais revisados frequentemente e atualizados, além de reuniões periódicas entre as equipes que atuam”, complementa.

Infraestrutura
A UTI Pediátrica do HSC foi fundada em 1997, com oito leitos, para recém-nascidos e crianças até 12 anos. Em 2012 a capacidade aumentou para 10 leitos, quase que exclusivamente para recém-nascidos, confirmando a vocação para atendimento neonatal. Desde 2010 conta com a participação dos alunos do Curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), auxiliando na formação de médicos e residentes em Pediatria. “Nossos residentes egressos da Instituição estão ativamente trabalhando nas cidades e localidades da região, melhorando a qualidade do atendimento a crianças no Vale do Rio Pardo”, reforça Fabiane.

A participação de alunos de Enfermagem ocorre da mesma forma, preenchendo uma lacuna na graduação direcionada para a atenção neonatal, o que é essencial para o bom atendimento do binômio mãe-bebê, reduzindo a mortalidade infantil. A partir do ano 2014 iniciou no HSC a Residência Multiprofissional em Saúde, com a participação de egressos de enfermagem, psicologia, odontologia, fisioterapia, serviço social, nutrição e farmácia corroborando para a formação ampla desses profissionais, além de assistência global aos pequenos pacientes e suas famílias.

O HSC teve, no ano de 2019, 2.080 partos. Destes, 12,3% foram bebês prematuros, dos quais 47,6% necessitaram internação na UTI Neonatal. Nos nove primeiros meses de 2020 foram 122 internações na UTI Neonatal, sendo 40 de bebês prematuros extremos menores de 32 semanas, que têm uma média de internação de 60 dias.

Na Unidade de Cuidados Intermediários o número de internações é maior, com 215 até o momento, pois absorve os pacientes com menor gravidade mas que não tem condições de permanecerem com a mãe na maternidade, seja pela prematuridade limítrofe, uso de antibiótico ou outras doenças, além dos bebês que seguem tratamento após a UTI Neonatal. Em ambas as unidades o HSC dispõe de médicos neonatologistas rotineiros e médicos residentes em Pediatria visando à continuidade do cuidado neonatal com a utilização de protocolos institucionais, buscando a excelência no atendimento.

O HSC disponibiliza também o Alojamento Materno para as mães que já receberam alta da maternidade e precisam acompanhar o filho recém-nascido na UTI ou na UCI, promovendo o contato ininterrupto entre mãe e bebê. O serviço proporciona, inclusive, as refeições para as pacientes atendidas pelo Sistema Único de Saúde que não residem no município.

No ano de 2020 a Unidade Neonatal passou por adequações técnicas com aquisições de equipamentos, tais como óxido nítrico e catéter de oxigênio de alto fluxo. Outra novidade foi a criação da sala de coleta de leite materno, que proporciona a ordenha do leite pelas mães que estão com os seu bebês internados, de maneira segura.

Da mesma forma, a implantação do Projeto Coala tem como objetivo manter o controle rigoroso dos níveis de oxigênio, visando diminuir a chance de sequelas principalmente oculares e pulmonares. A padronização de microcoleta laboratorial, realizada pelos enfermeiros, minimiza a dor e proporciona conforto ao bebê reduzindo o volume de sangue coletado e evitando, assim, futuras transfusões sanguíneas.