A aromaterapia, o uso de óleos essenciais para massagem e a musicoterapia são as novas terapias alternativas e complementares (TACs) que o Centro Obstétrico do Hospital Santa Cruz passou a utilizar no final de 2017 com o objetivo de promover às gestantes um relaxamento do corpo por meio da descontração dos músculos, diminuindo assim a dor e evitando que a tensão interfira no funcionamento do útero. O plano de ação nasceu do estágio curricular supervisionado das estudantes Fabrine Pereira Barreto e Viviany Avila Antoniazzi, do curso de enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
A aromaterapia é uma prática reconhecida pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, instituída pelo Ministério da Saúde, e trata-se de uma técnica natural que utiliza óleos extraídos de plantas, estimulando o bem-estar dos indivíduos e exercendo efeito positivo sobre a mente, o corpo e o espírito. Desde 2017 a técnica vem sendo aplicada também no Centro Cirúrgico e desencadeia uma resposta emocional aos aromas agradáveis, aumentando o relaxamento e reduzindo o estresse.
“A inalação pode melhorar as condições respiratórias da parturiente e a massagem com fricção pode ter efeitos calmantes ou estimulantes, bem como aliviar a tensão muscular”, explicam as acadêmicas. Segundo elas, a utilização destas técnicas também aumentam o vínculo entre a equipe de enfermagem e a gestante, criando assim uma relação de confiança e liberdade que estimula a autonomia da gestante. “O medo, o estresse, a solidão, a dúvida, o ambiente diferente e a convivência com pessoas estranhas têm feito aumentar a percepção de dor por parte das gestantes e os eventos traumáticos durante esse processo tão delicado que é a chegada de um filho”, explicam.
Fabrine e Viviany destacam ainda que as chamadas TACs se distinguem por não precisarem de matérias primas sofisticadas, por serem bem estruturadas, terem bom custo benefício e por permitirem a aplicação dos métodos pelos próprios acompanhantes das pacientes, quando bem orientados. A aromaterapia, os óleos essenciais para massagem e a musicoterapia juntam-se aos métodos que já vinham sendo utilizados há mais tempo no centro obstétrico, como a deambulação, a utilização da bola suíça, o banho de aspersão e exercícios respiratórios.
As massagens podem ser realizadas tanto pela equipe de enfermagem quanto pelo acompanhante ali presente. O método promove o controle dos sintomas de dor e ansiedade, diminuindo consequentemente o tempo de trabalho de parto. Pode também ser associada à deambulação, a técnicas de respiração e a mudanças de posição.
Já a musicoterapia é a ciência que estuda os efeitos terapêuticos da música nos seres humanos. No caso das gestantes, tende a auxiliar no combate ao estresse, torna a respiração mais lenta e profunda, aumenta a resistência às excitações sensoriais e auxilia de forma benéfica na fisiologia corporal. Pode ser vista também como um meio de distração durante o trabalho de parto, ou seja, não alivia a dor, porém a minimiza. A cada contração do útero da mulher a música aumenta de intensidade e dá a futura mãe mais energia, gerando um estímulo agradável ao cérebro quebrando o ciclo medo-tensão-dor.
As parturientes podem manifestar interesse em utilizar pelo menos uma das terapias complementares e alternativas disponibilizadas, independente da escolha da via de parto. As pacientes e seus familiares serão abordados e convidados a participar do projeto por meio de uma conversa, onde serão explicados os objetivos do trabalho. A equipe de técnicos de enfermagem da unidade também foram capacitados para orientar os acompanhantes na utilização das técnicas.
Óleos que podem ser utilizados durante a gestação e na hora do parto:
Para alivio da dor: sálvia esclaréia, camomila romana, cravo botões, junípero bagas, gengibre, manjerona doce, mirra, ylang-ylang, bergamota.
Para alívio do medo e ansiedade: lavanda, olíbano, grapefruit, laranja doce.
Para sensação de bem-estar e de sentimentos positivos em relação ao parto: mandarina, lemongrass.
