Hospitais Filantrópicos vivem crise sem precedentes

Diante de uma crise financeira histórica, que está resultando no fechamento de leitos e represando o atendimento à população, as 245 Santas Casas e Hospitais Comunitários do Rio Grande do Sul buscam, de todas as formas, a liberação dos recursos atrasados pelo Governo do Estado. Responsáveis por mais de 73% da atenção hospitalar ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado, as casas de saúde sem fins lucrativos não suportam mais a situação e vêem esgotadas as suas condições para honrar compromissos com fornecedores, instituições financeiras e trabalhadores.

A diretoria da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos informou que o Estado deve R$ 72 milhões aos hospitais filantrópicos, referentes aos Programas de Apoio dos meses de novembro e dezembro de 2015. Ou seja, R$ 36 milhões por mês. Se não bastasse, os serviços prestados em dezembro de 2015 foram remunerados em apenas 70% dos valores, com um corte de R$ 24 milhões.

No total, são mais de R$ 96 milhões, relativos aos dois últimos meses de 2015, que o setor tem a receber. Quanto aos serviços prestados e os Programas de Apoio de janeiro de 2016, ainda não há data estabelecida para pagamento.

Para o Hospital Santa Cruz, o valor referente aos Programas de Apoio dos meses de novembro e dezembro ultrapassa os R$ 800 mil. Somando-se ainda o valor pendente do mês de janeiro de 2016, que é de R$ 400 mil, são R$ 1,2 milhão de recursos atrasados pelo Governo do Estado ao HSC referentes a Programas de Apoio.