PLANO TERAPÊUTICO – Todo paciente merece um para chamar de seu!

Desde a edição de 2014 do manual da Organização Nacional de Acreditação (ONA), os avaliadores passaram a cobrar das instituições a adoção de planos terapêuticos para 100% dos pacientes internados. Mas, muito mais que a questão da certificação, esses documentos vêm se mostrando excelentes ferramentas de comunicação na assistência e no gerenciamento de leitos.

Em nossa instituição elaboramos um Plano Terapêutico que contemple todas as esferas no cuidado do paciente e ao mesmo tempo seja claro, objetivo e de fácil preenchimento. Ele será visualizado no perfil médico do MVpep, ao lado da aba de prescrição, conforme a figura:

O plano terapêutico tem três características importantes e fundamentais:

  • Será elaborado pelo médico assistente no momento da internação, antes da primeira prescrição. Portanto, é fundamental a participação do corpo clínico.
  • Deve ser realizado o mais precocemente possível, no momento da solicitação da internação ou, no mais tardar, na admissão do paciente na unidade.
  • Deve ser multidisciplinar, ter metas claras e mensuráveis de todo o processo terapêutico, não apenas da alta. Exemplos: “antibioticoterapia endovenosa por sete dias, sem febre em 48 horas, alta em seguida” ou ainda “extubação em 24 horas, alta da UTI no D2 de pós-operatório”.

O plano terapêutico deve ainda responder à pergunta: “o que queremos para esse paciente?” Esse é um questionamento inconsciente que todo médico faz ao se deparar com um caso novo ou ao solicitar a internação de alguém. O problema é que a resposta não pode ficar só com ele, mas deve, sim, ser compartilhada com toda a equipe multiprofissional e com o próprio paciente.

Logo, conclui-se que o plano terapêutico é uma ferramenta híbrida, com função tanto na comunicação entre profissionais e pacientes quanto na parte administrativa do gerenciamento de leitos. Ele deve ser revisitado toda vez que ocorre alguma alteração no quadro clínico ou não se consegue cumprir determinada meta.

Um plano terapêutico bem estruturado contribui para uma desospitalização precoce, bem como a redução de custos para esse serviço, o manejo na taxa de ocupação dos leitos, a garantia da qualidade na assistência prestada e a segurança do paciente.