HSC disponibiliza sala de recreação às crianças internadas na Pediatria

Toda criança gosta de brincar, de colorir, de IMG_0131pular, de olhar TV, jogar videogame, brincar com algum amiguinho imaginário ou inventar histórias. Agora imagine se uma criança está doente e por isso teve que ser internada em um hospital? A primeira coisa que vem à cabeça é que ela não poderá brincar, não é? Mas nem sempre é assim! O Hospital Santa Cruz, por exemplo, conta com duas salas de recreação integradas, com um espaço mais amplo, disponibilizadas para bebês e crianças de até 12 anos que se encontram internadas na Instituição.

As salas são repletas de brinquedos e encanta as crianças com tantas opções. Para os bebês são disponibilizados brinquedos que possam ser manipulados sem risco de machucar ou de ser ingerido. A sala conta, também, com tapetinhos nos quais eles podem se firmar para exercer as atividades sem perigo de caírem e se lesionarem. Para os maiores tem o espaço de leitura, com mais de 500 exemplares de livros, tabuleiros, jogos de mesa e até mesmo videogame.

Todos os materiais disponibilizados no espaço são oriundos de doações. “Alguns desses brinquedos já existiam por meio do Projeto de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (Pasca), desenvolvido pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e que foi responsável também pela aquisição de alguns móveis”, conta a professora e diretora de ensino, pesquisa e extensão do Hospital, Giana Diesel Sebastiany.

A partir do final de 2016, a sala de recreação também foi revitalizada com os personagens dos livros do Lino e sua turma, a exemplo da Pediatria. Paralelamente surgiram outros projetos, como o Correio do Lino, onde as crianças podem escrever cartas para os personagens da história, respondidas por bolsistas da Unisc. “O objetivo de tudo isso é oferecer um ambiente mais favorável à reabilitação da criança e ao desenvolvimento dela em aspectos cognitivos, afetivos, em sua relação com as demais crianças e até mesmo em relação à autoestima”, destaca Giana.

A biblioteca da sala de recreação foi organizada por faixa etária. As prateleiras foram divididas por cores para cada idade, facilitando também o trabalho dos bolsistas e voluntários. Além das crianças, os pais e acompanhantes também podem usufruir de uma boa leitura, com uma biblioteca reorganizada por alunas do curso de Comunicação Social por meio de doações de livros voltados para adultos.

Para Aline Raquel da Silva, mãe da Amanda, de quatro anos, que esteve internada no HSC, a sala de recreação é uma boa oportunidade para as crianças se divertirem. “O espaço é bem legal. É um jeito de entreter as crianças em um momento tão difícil”, elogia a mãe. “Minha filha gostava de brincar bastante no local”, afirma.

Quem quiser colaborar com o espaço pode doar brinquedos, livros infantis, jogos, entre outros. O que não será utilizado na Pediatria, por questões de segurança, como brinquedos com peças muito pequenas, será doado em datas comemorativas para as crianças maiores e que estão internadas. Ainda assim, se algum brinquedo não for utilizado, ele será revertido para um brique. “No ‘brique do Lino’ a gente oferece a oportunidade de as crianças levarem os brinquedos usados que elas não querem mais para trocar por um outro brinquedo”, explica Giana.

Aprendizado
Atualmente a sala de recreação da Pediatria possui uma bolsista fixa que auxilia todas as tardes nas atividades junto às crianças. Ela conta ainda com a ajuda de oito estudantes voluntários, de diversos cursos da área da saúde da Unisc, integrantes do Programa Inserção Comunitária. O projeto conta também com o apoio dos escoteiros, que confeccionam fantoches e também escrevem cartas às crianças internadas.

A residente de Educação Física no HSC, Cláudia Barbian, conta que sua dedicação e amor pelos baixinhos começou há dois anos, quando ainda era bolsista. Sua rotina é chegar ao HSC uma vez por semana, passar nos leitos pela manhã e convidar as crianças internadas para brincarem na sala de recreação.

“Os pais ou responsáveis geralmente acompanham as crianças e elas fazem de tudo aqui. Brincam, pintam, lêem. Quando a criança chega pela primeira vez na sala, elas podem brincar daquilo que mais gostam, mais afinidade tem, que é para ela se sentir a vontade”, salienta Cláudia. “Depois disso a gente começa a fazer atividades em grupo, o que eles gostam bastante também”, acrescenta.

As crianças ficam em média duas horas na sala de recreação e, geralmente, vão em grupos de quatro ou cinco. E para as crianças que não podem ir até a salinha, Cláudia leva um brinquedo ou um livro até o leito. “O espaço é muito importante, pois mesmo as crianças estando em um ambiente hospitalar, elas não deixam de se divertir e isso é muito importante”, ressalta a residente.

Durante o primeiro semestre deste ano, Ana Bankow era a bolsista que ficava todas as tardes na sala de recreação. Neste turno são realizadas atividades contínuas com as crianças, como jogos de raciocínio, de memória, entre outros que ajudam no desenvolvimento dos pequenos pacientes.“O que mais ouvia dos pais é como esse espaço é importante, tanto para as crianças quanto para eles, pois se torna um momento de lazer e é bom para passar o tempo”, comenta.

E para ela, como estudante, a experiência foi de muita valorização, uma vez que o trabalho é reconhecido e ela sabe da importância que é exercer essa função. “Foi muito gratificante, pois é bom saber que se está dando a possibilidade de diversão e aprendizado para os pequenos, que muitas vezes acabam passando dias e meses internados”, aponta. “Saber que, de alguma forma, estamos tirando eles da rotina da internação para poderem curtir, brincar. Valeu muito a pena!”