A equipe da área materno-infantil do Hospital Santa Cruz preparou uma fest
a de despedida para Cristiane Santos Souza e seu bebê Vitor Gabriel, após dez meses de tratamento entre a UTI Neonatal, a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e a Pediatria da Instituição. Moradora da cidade de Rio Pardo, Cristiane apresentou trabalho de parto prematuro e foi encaminhada para o HSC por ser uma instituição de referência em parto de alto risco. Mesmo com todo o desejo e empenho da mãe para que o parto não ocorresse antes do tempo estimado, o bebê nasceu no dia 20 de novembro de 2013 por ruptura espontânea da bolsa, pesando 640 gramas.
O sonho de Cristiane de ser mãe já havia sido interrompido uma vez, mas a vida lhe deu uma nova oportunidade. No entanto, com aproximadamente vinte e quatro semanas de gestação começou a sentir intensa dor e medo de perder novamente um filho. Juntamente com seu marido, procurou atendimento médico, onde foi confirmado que a gravidez era de alto risco e que o bebê poderia não sobreviver.
Após o parto, a angústia da família continuou. O pensamento era para que Vitor Gabriel sobrevivesse. O seu estado de saúde era frágil e ele continuava correndo risco de morte devido a sua extrema prematuridade. Transferido para a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal do HSC, Cristiane lembra que o primeiro dia foi de muita oração e pensamento positivo para que este filho tão esperado por eles continuasse encontrando forças para lutar pela vida.
“Foram muitos os dias com medos, insegurança diante do futuro e ao mesmo tempo de importantes vitórias, comemorada a cada grama que o Vitor ganhava, mostrando um crescimento lento mas importante para mantê-lo vivo”, conta a mãe. Após quatro meses na UTI, Vitor continuou o seu tratamento na UCI, sendo recebido posteriormente na Pediatria, onde permaneceu até esta segunda-feira, dia 15.
Durante a internação, Cristiane praticamente residiu no Alojamento Materno da Instituição, criando um forte vínculo com a equipe de assistência. O espaço é um serviço do hospital que visa incentivar ao aleitamento materno e fortalecer o vínculo mãe-bebê, disponibilizado gratuitamente para as mães que estão com os seus filhos internados na UTI ou na UCI. Cristiane também frequentou o grupo Aconchego, que é um espaço de apoio oferecido para os pais que têm seus filhos internados nestas unidades.
Cristiane destacou a importância do apoio da família, em especial do marido. “Foi um desafio aprender a cuidar do meu filho, que ainda faz uso de oxigênio”, acrescenta. Ela e o marido conseguiram, por meio do Governo do Estado, a instalação domiciliar de oxigênio para Vitor continuar seu tratamento em casa. Para receber Vitor, Cristiane conta também que está em reformas na sua casa. “Minha casa era de madeira e, como o Vitor tem problemas respiratórios, estamos modificando nossa casa para uma de material. Tudo para ele ficar bem”, afirma.
Na despedida, emocionada, Cristiane disse que “se fosse um bebê normal não seria tão perfeito como ele é”. Ela agradeceu também o apoio de todos os profissionais do Hospital Santa Cruz que fizeram do hospital sua segunda casa. A equipe conseguiu ainda arrecadar dinheiro e materiais para a mãe e o bebê, além de presentes.
